segunda-feira, 31 de maio de 2010

Insônia

Eu pensei comigo mesma durante o caminho pra casa:
Quando chegar minha cama será novamente um refugio do mundo. Um lugar quentinho pra me aconchegar. O carinho dos meus três cobertores.

Cheguei cansada e com sono, mas mesmo assim fiquei mais um pouco no computador baixando e analisando lembranças. Quando deitei acreditei que seria como sempre: O meu travesseiro acolheria meus pensamentos e tranformaria eles em sonhos; e que o calor das minhas cobertas daria aconchego necessário.

Doce engano o meu.

Deitei e fiquei me virando. Comecei a ler várias vezes. Os meus cobertores não me esquentavam. Aquele não parecia ser o meu travisseiro. Tudo diferente, mas tudo igual naquele meu recanto.
Passou 1h e ler já não me dava o mesmo conforte de outras noites. O meu corpo não aquecia com os três niveis de lã em cima de mim. A calça do meu pijama me deixava com calor. Sabia que não podia tirar ela porque não teria quem esquentar as minhas pernas, enquanto meus pé ainda estavam frios. Minha cama parecia dura demais. Estranho, porque ela sempre me pareceu perfeita.
Mais uma 1h se passou e eu comecei a ficar faminta. Não podia dizer isso para alguém sem acordar a casa. Não tinha quem acordar e sussurrar "Estou com fome". Não tinha com quem partilhar os roncos do meu estomago.
Tomei coragem e levantei. Achei um saco de salgadinho e refri. Voltei para a cama e devorei o salgadinho, com goles parciais de refri. Na ida sorrateira à cozinha peguei, além da comida, meu MP3. Como os livros não me acalmavam e os cobertores não me satisfaziam, me pus a escutar as melodias que saiam dos fones de ouvido. E assim fui me acalmando e voltando a sentir pelas minhas cobertas e pela minha cama o que eu sentia antes de me afastar delas.
Cada música me lembrava um sentimento, ou um fragmento de memória. As romanticas me deixavam sentimental e me faziam lembrar dos momentos partilhados. As animadinhas, me faziam pensar sobre como as coisas eram de um aspecto geral. As animadonas, e com letras forte, reforçavão os sentimentos de realidade e auto-preservação.
E assim fui me acalmando. Sendo envolvida por meus cobertores, e ficando amiga do travisseiro.
Quando acordei já era de manhã.

Um comentário:

Deh disse...

Muito mais foda. Só isso que eu tenho pra dizer.