sexta-feira, 9 de julho de 2010

Querido vizinho: Parte 2

Não bastava eu ter que fazer muitas compras no mercado começa a chover torrencialmente. Porque claro eu esperei minha geladeira ficar inabitada para resolver comprar alguma coisa para enche-la. Pobre coitada, quando abri ela hoje de manhã só havia gelo e um pedaço de queijo. E agora essa chuva. Hoje realmente não é o meu dia. Corri contra a chuva, que me deixou ensopada, e contra o vento que me deixou desgrenhada. Segurando quilos de compras. Hoje realmente não é o meu dia.

- Seguuuuura esse elevador. 

Gritei e sai correndo. Esperando que o vulto que tinha entrado no elevador fosse gentilmente segurar a porta, e não fazer como o seu Antônio do 312 que me viu uma vez correndo e não quis segurar o elevador, e fez até questão de fechar a porta. Segundo ele eu estresso a sua cadelinha Mimi. 
O vulto segurou o elevador. Então não devia ser o Seu Antônio. Ainda bem. Sai correndo molhada, descabelada e cheia de sacolas. De canto percebi que o Dirceu, porteiro da noite ficou rindo da minha cara. Eu devia estar mesmo muito engraçada, mas muito irritada. Da próxima ele ia ouvir poucas e boas.

Entrei correndo no elevador molhada, descabelada e com as compras nas mão. Ah e a minha chave na boca.

- Obrichada. O fincho ãndrar, pór fravor.
- Eu sei.

Quando olhei pro lado vi o vizinho da frente parado comigo dentro daquele elevador minúsculo. Droga! Mil vezes droga!, pensei. Sorri debilmente para ele. E com as chaves na boca tentei dar uma risadinha sem graça. 

Segundo andar...

Olhei pro lado novamente e vi ele me olhando. E com um sorrisinho safado na cara. Olhei para cima de novo, para o contador de andares. Como se assim ele fosse andar mais rápido. Não aguentava mais o peso daquelas sacolas. Bem que ele podia me oferecer ajuda, como um bom homem, pensei

Terceiro...

- Chuva ruim, hein?
- Uhum... 
Sério que tá chuvendo? Nem tinha notado.

Quarto andar...

Quinto... 

E finalmente as portas se abriram. Bem que ele poderia me oferecer ajuda, pensei de novo. Ele pelo jeito não era um bom homem. Caminhei até o meu apartamento, e ele me seguindo como um cão perdigueiro. O pior foi ele começar a assobiar durante o curto trajeto. Acho que era Jingle Bell Rock. Credo, faltam 6 meses para o natal. Em que mundo esse cara vive. Faltando dois metros para a porta do meu apartamento ele me ultrapassa na caminhada pelo corredor. 

Na frente da minha porta ele gentilmente tira as chaves da minha boca e com uma maestria, que nem mesmo eu tenho para achar a chave certa, abre a porta pra mim. Então fico com aquela minha típica cara de abobada olhando a cena. 

-Não vai entrar? Ele pergunta.
- Uhum...

Eu entro e vou largar as compras na cozinha. Vou convidar ele pra jantar. Em agradecimento é óbvio, que segundas intenções eu poderia ter? Sexo! Sexo! Sexo!... Quando voltei para a porta não havia mais ninguém ali no corredor. E a porta do apartamento da frente estava fechada. Fui largada no vácuo total. Puts merda! Fechei a porta e me voltei para dentro do meu cubículo, que carinhosamente chamo de apartamento. Quando passei pelo espelho na sala percebi uma coisa. Uma não várias: eu estava molhada, com o cabelo bagunçado e cheio se folhas. Horrível! Não tirei a razão dele de fugir e se esconder no seu apartamento. 

Enquanto isso no apartamento da frente.

Hmmmm... que gostosa! A coitada nem viu que a camiseta dela tava transparente de tão molhada...




...Continua ...


Este texto é um CONTO, então... Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência! 

4 comentários:

Deh disse...

Te amo o qual quer semelhança com a realidade é mera coincidência!! Tá ficando foda esse teu conto. Daqui a pouco esse blog vira um livro de contos.

Murad Bajah disse...

Isso ta me lembrando o nome de um filme! Acho que já vi esse conto em algum lugar...
bj

Deise disse...

Hmmm semelhança com a realidade, sei esse conto tah ficando bom bom bom hehee

Edu disse...

eu ja sei o final! Posso contar?