terça-feira, 6 de julho de 2010

Querido vizinho...

Cheguei correndo do trabalho. Super destraida, perdida em meus pensamentos. Mal notei o caminhão da mudança parado na frente do meu prédio. Fui perceber a movimentação quando quase fui atropelada por um sofá. Já ia xingar os carregadores quando me depareiu com ele. Nossa que corpo. Ele estava sem camisa carregando um dos lados do sofá. Abri a boca para balbuciar alguma coisa. Mas não saiu nada. Ele me pediu desculpa. Abri a boca novamente para responder e nada saiu. Fiquei atonita com aquele ser na minha frente. Murmurei qualquer coisa. E me fui para o elevador. Quando cheguei casa fui para o banho. Lá me veio o pensamento – Quando eu me mudar denovo vou chamar essa compania de mudanças -.

Fiquei tão destraida com aquele monumento que nem notei que a mudança era do vizinho do apartamento da frente. Então qual não foi a minha surpresa em ir pegar o jornal pela manhã, na porta do meu apartamento e dar de cara com o carregador de sofá saindo do apartamento da frente. Mas agora ele usava mais roupas. Uma camiseta branca e jeans surrados. E eu daquele jeito. De pijama com vaquinhas rosas, que ganhei no natal passado de algum parente com mal gosto, e nas mãos a minha xícara de café. E o meu cabelo? O mais esculhambado possível, porque afinal o dia não começa sem o meu jornal e o meu café. 

Mas voltando ao vizinho da frente. 

Novamente fiquei de boca aberta, mas dessa vez foi de susto. Afinal cadê a Dona Maria, uma senhora com 80 anos meio rabugenta que morava no apartamento da frente e tinha um gato muito feio. Semana retrasada tinha visto ela reclamando com o zelador sobre as normas de conduta dos moradores. Será que ela tinha morrido? O carregador era filho dela? Sobrinho? Será que era o namorado? Vai saber nos dias de hoje.  Ele notou a minha cara de abobada olhando para ele. Abriu um sorriso que me fez derreter e disse: 
- Bom dia. 
Eu ainda sem conseguir falar franzi a testa com um questionamento silencioso. 
- Ah, eu me mudei semana passada. 
- Hm!
- Hm, sou seu novo vizinho da frente.
Sim, isso eu havia notado.
-Uhum...
- Ah... hã... Prazer então
E entrou no elevador. 
Quando fechei a porta e conseguir fechar a minha boca, ai que a ficha caiu. Droga! pensei. Me escorei na porta, mas a minha vontade era de bater com a minha cabeça na parede. Droga! Isso deve ser falta de sexo! Droga! Droga! Droga! Eu só faltei babar! Sua imbecil! Pensei. Coloquei a mão na cabeça para ver se estava com febre. É deve ser falta de sexo! 
Dai me lembrei que o café estava esfriando na minha mão...



...Continua ...


Este texto é um CONTO, então... Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência! 

5 comentários:

Anônimo disse...

Nossa, essas historias de vizinhança sao realmente loucas...
Vizinhos sao, normalmente, um mal necessario. E raramente um bem bem-vindo.
O importante é que sempre acontecem historias bizarras no meio.

...esperando pela segunda parte!

Deh disse...

Tu tá escrevendo cada vez melhor. Sério tu escreveu só pq eu exigi um texto ontem né? Ri do começo ao fim.

Edu disse...

Que coisa, hein? é tão simples.. "Quer tomar um café? ta novinho".
Vamos ver a segunda parte..

Rodrigo Dias disse...

A falta de sexo faz as pessoas ficarem mais babacas que o normal. Tipo, como esquecer de falar "oi, vizinho". =P

Anônimo disse...

Gosto do jeito que tu escreve, com frases de impacto e mudança de parágrafo na hora certa. Porém...É "distraída", ok? #ficaadica :P